O tuning em Portugal não goza de grande popularidade. Para além disso tem o inconveniente de não ser actualmente uma actividade totalmente lega. Muitas vezes as marcas de automóveis distanciam-se do tuning devido às garantias, no entanto muita inspiração e novas tendências têm origem no tuning. O tuning não tem a mesma conotação negativa em todos os países. Alterar um automóvel na Alemanha por ex é totalmente diferente de alterar em Portugal.
Já várias vezes as marcas de automóveis fizeram incursões mais ou menos atrevidas pelo mundo da personalização, quer através da disponibilização de catálogos de componentes para a personalização do carro quer através da disponibilização de modelos mais exclusivos com características especiais e que se destacam dos modelos de série.
No entanto a Volkswagen parece ter dado mostras de um atrevimento ainda maior, para ir buscar, através de uma jogada de marketing um publico jovem que normalmente não estaria tão vocacionado para este tipo de carro. Estou a falar do VW Golf Variant Rave 270. Apesar de ser um conceito ainda, e de ter sido apresentado agora no salão de Essen, tudo indica que poderá vir a ser comercializado.
O nome Rave 270 tem origem na potência do carro, que são 270cv. O motor de 4 cilindros com base no TSFI de injecção directa e sobre alimentado. O design da carroçaria foi alterado tendo um aspecto bastante exclusivo e desportivo. O interior é também bastante desportivo e possui também um sistema de son de grande qualidade de 1400 Watts. Embora seja usual ver as marcas a disponibilizar versões com mais potência, não é tão normal que seja disponibilizado um pack tão completo.
Na base do sistema de som está um sistema de navegação RNS 510. O sistema é controlado através de um touch screen. Existe ainda um disco de 30Gb para armazenamento de ficheiros mp3. Estão disponíveis 3 amplificadores que alimentam 13 colunas. Os subwoofers são 3, um de 880W e dois de 250w. O interessante disto tudo é que todo o sistema está visível na bagageira, colocado de forma bastante estética. Também foram integrados na bagageira 2 monitores de 12 polegadas.
Este modelo foi desenvolvido pela Volkswagen Individual GmbH. Os objectivos foram claros e são os de transferir todo o carisma e sensações do Golf GTI e R32 para a versão Variant, tornando-a mais desportiva e apelativa. A potencia do motor foi aumentada relativamente à versão GTI e foi usado o sistema de tracção do Golf R32. Foi usada também a transmissão do tipo DSG.
Bastam 5.8s para que a Golf Variant Rave 270 acelere de 0 a 100km/h. A velocidade máxima está limitada electronicamente a 250km/h. Os consumos situam-se nos 9,1l o que nem é mau para um carro desportivo com estas performances.
O kit de carroçaria também foi desenhado de raiz. Os pára-choques, a grelha, as saias laterais, espelhos retrovisores, farolins e ópticas foram alterados. Não se trata apenas de umas simples adição de acessórios. Esteticamente, o pára-choques frontal foi muito bem conseguido, com as três grandes aberturas para arrefecimento. Na traseira, duas saídas de escape com dupla ponteira destacam-se e dão uma elan adicional à estética do carro.
Mesmo as jantes utilizadas são o modelo Zaragoza nas medidas de 19’’. Foi também modificada a suspensão para permitir um rebaixamento do chassis de 20mm. O sistema de travagem tem discos de 18’’ da Brembo que potencia a performance da travagem. As maxilas estão pintadas de antracite.
Trata-se ainda de um estudo e conceito. No entanto é provável que venha a ser comercializado brevemente, ainda que com algumas diferenças. Essencialmente importa reter que nem sempre as marcas estão tão distantes do tuning e das alterações que permitem a personalização ou o aumento das performances, como muitas vezes se quer dar a entender. Gostaria de ver como seria encarado este modelo em Portugal se já estivesse em comercialização.
