ESCAPE
Mais respiração do motor, agora a expiração, ou seja, o escape. Se o motor consegue fazer entrar muito ar, o melhor é que consiga também fazer sair muito ar, certo? Por isso se torna necessária a modificação do sistema de escape. E não me refiro apenas à panela final, é preciso trabalhar todo o sistema, colectores de escape, tubagens e panela final.
Um carro usa vários tubos para expelir os gases (gasolina e ar queimados) para fora do motor e para longe dos ocupantes. Nesta matéria os fabricantes de automóveis também tomaram algumas medidas para agradar à maioria dos consumidores. Em primeiro lugar reduziram o diâmetro dos tubos para baixar o ruído. Em segundo lugar, por terem de seguir as normas anti-poluição, são instalados catalizadores que também restringem a passagem dos gases. A remoção do catalizador costuma resultar em ganhos de potência.
No caso do escape dos gases do motor a regra é inversa, deve manter-se os gases o mais quentes possivel e durante o maior tempo possivel para reduzir a pressão de escape e aumentar a velocidade de saída dos gases.
A parte mais importante, os colectores, poderá ter várias configurações, dependendo dos objectivos. Para uso de estrada ou semi-desportivo, o ideal é uma configuração 4-2-1 (para motores de 4 cilindros, claro). Para alta performance e uso de competição, é imperativo que se utilize uma configuração 4-1 directa.
O sistema 4-2-1 oferece boas prestações na globalidade dos regimes do motor, sem grandes picos / buracos de potência, enquanto o sistema 4-1 oferece mais potência nas altas rotações, o que se consegue perdendo alguma potência a baixas rotações. A escolha entre estes dois sistemas depende da utilização que o condutor faz do motor e também do tipo de motor (muito rotativo, mais ou menos binário…).
Independentemente da escolha, é fundamental que todos os tubos do colector de escape tenham o mesmo comprimento, caso contrário o funcionamento será deficiente. Isto é muito difícil de obter e há alguns fabricantes que se deixam “descuidar” nesta matéria, pelo que se deve ter cuidado na escolha da marca.
O comprimento dos tubos dos colectores tem grande influência no desempenho do motor, sendo que quanto mais compridos forem mais será a potência nas baixas rotações, verificando-se também o inverso.
Os colectores de escape de rendimento permitem atingir entre 5 e 40 cavalos (40 nos casos mais excepcionais) e podem custar entre 40 e 100 cts (por vezes mais) dependendo do carro e da marca dos colectores.
É possivel obter ganhos de potência, embora pequenos, através do revestimento dos colectores com um isolador térmico, ou com uma cobertura cerâmica, para manter a alta temperatura interna.
Quanto ao diâmetro da tubagem, entre os colectores de escape e a panela final, existe muita discussão. No entanto parece ser seguro afirmar que quanto mais largo fôr o tubo maior será a perda de potência nos baixos regimes, assim como maior será a potência nos altos regimes, por ser mais fácil expelir todos os gases de forma acelerada. A teoria neste caso é semelhante à dos colectores de escape. Outro factor a ter em conta é o desenho do tubo, que deverá ser o mais direito e regular possível até ao fim, à panela final, para não obstruir a passagem dos gases.
(NOTA- nos motores turbo o diâmetro do tubo é importante! Neste tipo de motores a regra geral é simples: quanto maior, melhor! Desde que não seja maior que o carro claro… Nestes carros com admissão forçada existe um fluxo de ar /gases muito superior, e qualquer modificação tanto na admissão como no escape assume efeitos com muito maior relevo) "