Invenção Portuguesa: Cinto alerta para fadiga ao volante
A empresa de têxteis para automóveis Borgstena, de Nelas, vai liderar um projeto europeu que tem como objetivo desenvolver sensores para o assento e o cinto dos veículos que deem o alerta em caso de fadiga do condutor. O projeto Harken está orçado em 1,36 milhões de euros e conta com um apoio da União Europeia de 1,053 milhões de euros.
O gestor do projeto, Paulo Gameiro, disse à agência Lusa que serão desenvolvidos "sensores não intrusivos incorporados no assento e no cinto de segurança do condutor, para medição da frequência cardíaca e respiratória", que vão monitorizar o comportamento do condutor e atuar preventivamente na deteção de fadiga.
“Eu vou daqui para o Algarve, começo a ficar cansado, a minha respiração e o meu ritmo cardíaco mudam e, a determinada altura, o painel de bordo do carro avisa-me que estou cansado e que devo parar”, exemplificou.
Apesar de já existirem sistemas para detectar a fadiga, explicou que ou são “altamente falíveis”, porque se baseiam no tratamento da imagem do rosto do condutor, ou “são intrusivos”, obrigando a “acrescentar alguma coisa ao automóvel e as pessoas não têm pachorra”, acabando por não os usar.
Segundo Paulo Gameiro, “não há qualquer sistema no mercado não intrusivo baseado em biosinais”, ou seja, na frequência da respiração e na frequência cardíaca.
“O que queremos é que o condutor, quando entra no carro, não tenha de ligar nada. Senta-se normalmente, põe o cinto de segurança normalmente e esta é mais uma funcionalidade que o carro tem”, frisou. O responsável pela área de investigação e desenvolvimento da Borgstena lembrou que “a fadiga é um dos maiores factores de sinistralidade na estrada”, que é preciso combater.
“Quando nos sentamos no carro, é um momento em que o corpo relaxa. A fadiga vem para fora e às vezes bastam dez minutos para termos um acidente”, alertou. O novo sistema deve estar pronto a ser comercializado em Maio de 2014.