F. C. Porto escapa à mão pesada da UEFA
pedro correia
Pinto da Costa vai fazer a defesa da honra do F. C. Porto, através de recurso para o Conselho de Justiça
Vítor Santos
Condenado pela Comissão Disciplinar da Liga por tentativa de corrupção - sentença da qual não interpôs recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol -, o F. C. Porto não será banido das competições europeias. Os regulamentos da UEFA não admitem clubes envolvidos em actos ilícios de *****eração de resultados na época imediatamente anterior, pelo que o campeão português pode jogar na
próxima edição da Liga dos Campeões, porque os factos pelos quais foi condenado remontam a 2003/04.
O artigo 1.04 dos Regulamentos da Liga dos Campeões, que enumera os critérios de admissão a preencher pelos clubes, não deixa dúvidas. Na alínea d), pode ler-se (o clube) "não pode estar ou ter estado implicado, directa ou indirectamente, numa actividade propícia a influenciar de maneira ilícita o resultado de um jogo, ao nível nacional ou internacional".
Na
prática, ao admitir, legalmente, a culpa, conformando-se com a perda de seis pontos e fazendo a defesa da honra através do recurso apresentado por Pinto da Costa, o F. C. Porto abre perigosamente o flanco. No entanto, segundo José Manuel Meirim, professor de Direito do Desporto, o facto de o castigo reportar a acontecimentos verificados na época 2003/04, impede a UEFA de actuar, isto não obstante a decisão da CD ter sido conhecida na passada sexta-feira.
Na temporada 2006/07, a presença do Milan nas competições europeias esteve em dúvida. O clube havia sido penalizado em Itália, por viciação de jogos, e o caso teve eco em Nyon. A UEFA reuniu de emergência e chegou à conclusão que não possuía instrumentos legais para afastar o gigante italiano. Na mesma altura, anunciou que tomaria providências, no sentido de tornar os critérios de admissão às provas europeias mais apertados. Em Janeiro de 2007, reunido em congresso, o organismo que tutela o futebol europeu aprovou os regulamentos que estão em vigor. Uma das grandes novidades do documento prende-se, precisamente, com a criação do artigo que poderia inviabilizar a presença do incontestado campeão português na prova dos milhões.
No início da década de 90, na sequência do "caso Tapie", o Marselha teve de abandonar as competições europeias.
http://jn.sapo.pt/2008/05/13/desporto/f_c_porto_escapa_