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Tópico: Biocombustíveis finalmente viáveis e a preços competitivos ?

  1. #1
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    Padrão Biocombustíveis finalmente viáveis e a preços competitivos ?

    Boa noite !

    Sou leitor assíduo da revista francesa L´automobile-magazine e no ultimo nº trazia um artigo muito interessante acerca da Joule, uma empresa que inventou uma forma viável e econômica de produzir biocombustíveis. Esta revista é bastante credível e não costuma embarcar em sensacionalismos. Pena o artigo não estar online no site deles mas fui investigar e encontrei este artigo, que passo a transcrever, acerca do assunto

    | Por Kevin Bullis- The New York Times News Service/Syndicate

    Série de tubos pode facilitar produção de combustíveis por micro-organismos


    A Joule Unlimited, uma startup cujos micro-organismos modificados produzem etanol a partir de luz solar, água e dióxido de carbono, anunciou na semana passada a abertura de uma nova usina de demonstração que vai começar a produzir etanol dentro das próximas semanas. A empresa acaba ainda de anunciar uma parceria com a Audi que irá ajudá-la a desenvolver e testar os seus combustíveis.




    A Joule Unlimited, uma startup cujos micro-organismos modificados produzem etanol a partir de luz solar, água e dióxido de carbono, anunciou na semana passada a abertura de uma nova usina de demonstração que vai começar a produzir etanol dentro das próximas semanas. A empresa acaba ainda de anunciar uma parceria com a Audi que irá ajudá-la a desenvolver e testar os seus combustíveis. Os detalhes financeiros da parceria não foram divulgados, mas sem contar a parceria com a Audi, a Joule já levantou 110 milhões de dólares.
    Em testes de pequena escala realizados ao ar livre, a Joule mostrou que o seu método, que se utiliza de micro-organismos modificados alojados em reatores especiais transparentes, pode chegar a produzir oito mil litros de etanol por acre por ano, número bem maior do que o de outras empresas de biocombustíveis avançados. Ao direcionar sua tecnologia para o mercado, a Joule passou a utilizar tubos simples de plástico e abandonou seus reatores originais – uma atitude que, segundo a startup, torna o processo mais econômico.
    A maioria das empresas de biocombustíveis processa alguma forma de biomassa, tal como milho, grama ou algas, para fins de produção de biocombustíveis, muitas vezes com o auxílio de micro-organismos. O método da Joule consiste em reduzir ao máximo o número de etapas intermediárias nesse processo. A Joule selecionou um micro-organismo (cujo nome a empresa não quis revelar) e introduziu combinações de genes conhecidos por produzir etanol a partir de dióxido de carbono, água e luz solar. Para aumentar a produtividade do micro-organismo, a startup removeu o máximo possível de genes originais, sem matar o micro-organismo, de modo a assegurar que o seu metabolismo fosse direcionado à produção de etanol, e não ao crescimento do micro-organismo. A Joule calcula que pode vir a produzir 25 mil galões de etanol por acre por ano dessa maneira, e já alcançou uma taxa de 15 mil galões no laboratório. Ela também está desenvolvendo organismos que produzem diesel.
    Os recipientes transparentes chamados pela Joule de conversores solares, utilizados para promover o crescimento dos micro-organismos, são cruciais para esse método. Tais recipientes, originalmente, pareciam painéis solares: eram planos, finos, retangulares e de poucos metros de largura. Eles tinham canais para distribuir água e dióxido de carbono e para recolher o combustível que os micro-organismos excretam. Eles foram concebidos para assegurar que o micro-organismo receberia a quantidade certa de nutrientes e luz solar sem sobreaquecimento. Para permitir, em parte, que o ar se mova sobre eles a fim de arrefecê-los, os painéis foram montados sobre armações de metal em bases de concreto. 'Muito rapidamente, percebemos que aquele formato não compensaria em termos de custos', diz David Berry, sócio da Flagship Ventures, que fundou a Joule e providenciou grande parte do seu financiamento.

    A solução da Joule foi acabar com as fundações de concreto, molduras metálicas e estruturas semelhantes às de painéis solares, substituindo tudo por tubos de plástico. Os tubos têm alguns poucos metros de largura e até 50 metros de comprimento. 'O novo projeto é muito maior e é possível colocar o equipamento diretamente sobre o solo. Isso proporciona uma enorme redução de custos', diz William Sims, diretor-executivo da Joule.
    No novo projeto, os organismos, nutrientes e a água são distribuídos de modo a otimizar o seu crescimento. O etanol que produzem é vaporizado dentro dos tubos ao sol, indo até o topo, onde é facilmente removido. (O etanol ainda precisa ser purificado mais uma vez em uma instalação central.) Para lidar com o calor, a empresa utiliza uma resina transparente para os tubos, redirecionando a porção infravermelha da luz solar para fora do tubo e permitindo que a luz da qual os micro-organismos necessitam passe por eles.
    A Joule planeja desenvolver o projeto final do sistema em sua nova usina de demonstração de 1,5 hectare em Hobbs, Novo México. Um dos outros desafios que outras empresas de biocombustíveis enfrentam é que a economia do processo não funciona até que ele seja demonstrado em uma instalação de grande escala comercial, com grandes cubas para a produção do biocombustível. Sims diz que a economia do método da Joule pode ser demonstrada com apenas alguns de seus conversores solares plásticos, reduzindo o financiamento necessário. 'Trata-se puramente de replicação. O que funciona em 1,5 hectare também vai funcionar em cinco mil', diz Sims.
    A Joule calcula que os seus organismos podem chegar, em teoria, a produzir 25 mil galões de etanol por acre por ano, o que pode fazer com que a empresa produza etanol a 1,28 dólar por galão. Mas Sims diz que o processo pode ser economicamente viável em escalas menores de aproximadamente 11 a 12 mil litros. Ele diz que a construção das primeiras usinas comerciais pode começar já no final de 2013.

    The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times.


    O que acham disto ? Será desta que nos livramos das flutuações estupidas do preço dos combustíveis ?



    Última edição por madtong; 26-10-2012 às 21:01.
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  2. #2
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    ouvi dizer que o preço dos micro-organismos ia aumentar...

    o problema é que normalmente as alternativas tb têm lobbies,e se a malta precisa eles aproveitam-se...
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  3. #3
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    Há uma coisa que me faz uma certa confusão: atão as empresas produtoras de combustíveis vêm o seu negócio em risco e não fazem nada para se adaptar ? Eles é que deviam estar no pelotão da frente, senão qualquer dia morrem... Claro que esse qualquer dia é daqui a 30 anos no minimo... Mas veria com bons olhos a Galp a acompanhar isto de perto e comprar a patente quando estivesse madura. Há muito descampado e muito sol no Alentejo, sempre ajudava a reduzir o nosso défice externo ! E deixávamos de nos lixarmos de cada vez que o Irão e o Chavez faziam palhaçadas. Além de que estão sempre a lixar nos com a treta do CO2, segundo o artigo publicado na L´automobile magazine este tipo de combustíveis não adiciona CO2 á atmosfera, parece que é mais o que é usado na produção do combustível do que o que é gerado pela combustão. Não seria má ideia a UE obrigar as petrolíferas a usar um percentagem minima ( pelo menos 40 % ) deste tipo de combustíveis na gasolina vendida ao consumidor final, caso for realmente viável.
    Última edição por madtong; 27-10-2012 às 13:37.
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  4. #4
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    Tenho dúvidas que isto vá pegar.... as petrolifera$ não deixam..

  5. #5
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    Produzir biodiesel através de microalgas é uma realidade até mais vantajosa do que semear campos com colza ou girassol, mas tudo não passa de um sonho. Sei de quem tem um projecto que só não anda para a frente por entraves dos (sucessivos) governos portugurses.
    Portugal não pode ser independente energeticamente, tem de ficar a dever. O mesmo se passa com a produção agrícola e practicamente tudo. Apenas somos bons a ficar a dever.

  6. #6
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    Citação Mensagem Original de madtong Ver Post
    Há uma coisa que me faz uma certa confusão: atão as empresas produtoras de combustíveis vêm o seu negócio em risco e não fazem nada para se adaptar ? Eles é que deviam estar no pelotão da frente, senão qualquer dia morrem... Claro que esse qualquer dia é daqui a 30 anos no minimo... Mas veria com bons olhos a Galp a acompanhar isto de perto e comprar a patente quando estivesse madura. Há muito descampado e muito sol no Alentejo, sempre ajudava a reduzir o nosso défice externo ! E deixávamos de nos lixarmos de cada vez que o Irão e o Chavez faziam palhaçadas. Além de que estão sempre a lixar nos com a treta do CO2, segundo o artigo publicado na L´automobile magazine este tipo de combustíveis não adiciona CO2 á atmosfera, parece que é mais o que é usado na produção do combustível do que o que é gerado pela combustão. Não seria má ideia a UE obrigar as petrolíferas a usar um percentagem minima ( pelo menos 40 % ) deste tipo de combustíveis na gasolina vendida ao consumidor final, caso for realmente viável.
    Quem diz que as empresas petroliferas nao compram as patentes? a ELF está cheia delas... quando lhes interessar inovar, eles inovam...
    BMW E46 323CI + IVA = 2xxcv

  7. #7
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    É que agora, para além dos combustíveis caros estão nos a lixar com carros eléctricos e híbridos. Não tenham ilusões, mesmo que não comprem nenhum dos dois mesmo assim ao comprar um carro tradicional estão a pagar algum para investigação nesse campo... Com combustíveis alternativos viáveis para motores térmicos ( os tradicionais ) toda essa treta ia para o c*r*lh# ! E já chega de downsizing e outras tretas, ficamos com motores mais frágeis e mais dispendiosos de manter, devido á enorme tecnologia envolvida. Queremos de novo V8s e V12s com 5000 ou 6000 cc ! Não que a gente os possa comprar mas sabe tão bem saber que existem ! É como os tigres e leões e outras feras em via de extinção : nunca os vemos no dia a dia, parecem inúteis mas adoramos ver documentários sobre animais e saber que existem. o mundo será muito pior no dia em que não existirem...Com combustíveis alternativos viáveis e econômicos podemos esquecer eléctricos, híbridos e motores de 4 cilindros turbo de 2000 cc a fazer as vezes dos bem mais nobres e excitantes V8 atmosféricos de 4000 cc !
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